O MESMO FIM
No fim, a consciência exaurida,
Restará nada além do que matéria,
A clara sensação fim percebida,
Da humana condição, sua miséria.
A pulsação fugir da magra artéria,
Sangue seco na carne enrijecida.
Que poderá fazer a bactéria
parar a refeição apodrecida?
E engana-se aquele sobre a terra,
Que supõe diferença entre os viventes.
Temente do final que se assevera,
Achar que pode o fim ser diferente,
Ao ser que agonizando triste berra,
De si que em prece reza veemente.