IGNORÂNCIAS

Não sei de onde vêm os poemas que eu escrevo,

Para ser bem honesto, não tenho a mínima noção.

Só sei que não acredito na existência de inspiração,

Logo, dizer a origem dos meus poemas não me atrevo.

Os versos surgem dentro de mim, digamos do nada!

Cria vida própria, deseja e briga pela sua liberdade;

Mantê-lo dentro de mim causa-me forte ansiedade

E para ficar livre disso, dou-lhes a poesia alforriada.

Texto materializado para existir, precisa de alimento.

Sua nutrição vem de pessoas ávidas por conhecimento,

Cujos olhos atenciosos o mantém heroicamente vivo.

Tais olhos não podem ser de um analfabeto funcional,

Pois a causa mortis será equivalente a um aborto natural

De um cérebro que diante de um texto fica improdutivo.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 09/07/2018
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