IGNORÂNCIAS
Não sei de onde vêm os poemas que eu escrevo,
Para ser bem honesto, não tenho a mínima noção.
Só sei que não acredito na existência de inspiração,
Logo, dizer a origem dos meus poemas não me atrevo.
Os versos surgem dentro de mim, digamos do nada!
Cria vida própria, deseja e briga pela sua liberdade;
Mantê-lo dentro de mim causa-me forte ansiedade
E para ficar livre disso, dou-lhes a poesia alforriada.
Texto materializado para existir, precisa de alimento.
Sua nutrição vem de pessoas ávidas por conhecimento,
Cujos olhos atenciosos o mantém heroicamente vivo.
Tais olhos não podem ser de um analfabeto funcional,
Pois a causa mortis será equivalente a um aborto natural
De um cérebro que diante de um texto fica improdutivo.
O FILHO DA POETISA