O GRITO SILENCIOSO DOS RIOS
JB Xavier
Sou a veia da mãe-terra. Sou a vida,
Sou a seiva que alimenta a humanidade
A lembrança benfazeja , que banida,
Corta a selva e já não deixa mais saudade.
Sou somente uma esperança, já esquecida
Eu, que ao homem dei a mais linda amizade,
Moribundo, hoje sou só esta ferida
Resultante da mais pura crueldade.
Não importa quantos nomes eu possua,
Se Xingú ou Amazonas ou Madeira,
Velho Chico ou Araguaia, ou Rio do Norte...
Sou aquele que resguarda a vida tua
Tu não vez que tua vida é passageira?
Minha morte, ó insensato, é tua morte!