SOPRO DE VIDA

Na fria sepultura ele estava deitado

Sobre um manto teu corpo envolto.

Toquei teus lábios num beijo eivado;

O vento soprou meu amor... solto.

Não hei de deixá-lo dormir. Retorne!

Teu sono, breve romper duma aurora,

Apronte-se! Se vista de Vida, se adorne

Então me faça feliz, voe céus afora.

Sobre meu peito o recolhi,

Dei-lhe acalento no meu regaço

Em tua pele pálida; versos escrevi!

Não sou poeta, tu fostes minha poesia

Não sou anjo, tampouco deus a ti cuidar;

Tu foste minha Vida. Mil vidas eu te daria.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 08/07/2018
Código do texto: T6384691
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