SOPRO DE VIDA
Na fria sepultura ele estava deitado
Sobre um manto teu corpo envolto.
Toquei teus lábios num beijo eivado;
O vento soprou meu amor... solto.
Não hei de deixá-lo dormir. Retorne!
Teu sono, breve romper duma aurora,
Apronte-se! Se vista de Vida, se adorne
Então me faça feliz, voe céus afora.
Sobre meu peito o recolhi,
Dei-lhe acalento no meu regaço
Em tua pele pálida; versos escrevi!
Não sou poeta, tu fostes minha poesia
Não sou anjo, tampouco deus a ti cuidar;
Tu foste minha Vida. Mil vidas eu te daria.