Rua sóbria (soneto)
As palavras vazias deixo-as correr pelas arestas,
desta minha rua sóbria e acinzentada, que morre,
nesta tarde vazia, inútil, que se finda aos poucos.
Neste recanto de encanto, pássaros afinam vozes.
Por entre as verdes arvores matizadas da minha via.
Um ritual intrépido e incomensurável de canções
e sinfonias que só a natureza em sua magnitude.
Sabe decifrar e imaginar as belas notas que soam.
Arde assim as horas que comtemplo diante da tela
que lentamente vai tomando forma do ocaso caindo
E se aproximando do quadro colorido com arestas.
A noite aos poucos toma também a seu feitio e chega,
para confirmar as razões indescritíveis do fecundo.
Cunhando lentamente um novo amanhecer que chega.