ROSTO DESERTO...

Sou a mera testemunha...

Do lindo gesto, do lindo olhar...

Agora distante e abstrato...

Que me fez e faz vítima.

O tempo com ele comunga...

Por fazê-lo perto, em distanciar...

Negando o perfil e o lume, extrato,

Uma essência disforme e íntima.

Compreende-me quem perdeu e perde...

Quem com sede cedeu ou ainda cede...

Sem uma gota beber nos lábios certos...

Percebe-se nesta carapuça e pele...

Quem desejoso salga o rosto e repele,

Singela lágrima em seu rosto deserto.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 06/07/2018
Código do texto: T6383399
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