SONETO DOS VERSOS DE OUTRORA E DE SEMPRE
Ao meu zelo, sabor do que me é tanto,
digo apreço deveras, perco o tino,
mas embora doído, vejo um fino
corte que sangra os versos pelo canto.
Se a Musa por verdade e pelo espanto
aceitar-me nos céus na flor de um hino,
logo trará marcado o seu menino
e canções tanto orantes que alevanto.
Dos meus versos levantes, os de outrora,
sozinhos mas doridos e na míngua
por dar o peito e amor como penhora.
A mor parte do amor nunca demora,
surgente e posto Luz na Lusa Língua,
pelos versos na reza os comemora.
Ao meu zelo, sabor do que me é tanto,
digo apreço deveras, perco o tino,
mas embora doído, vejo um fino
corte que sangra os versos pelo canto.
Se a Musa por verdade e pelo espanto
aceitar-me nos céus na flor de um hino,
logo trará marcado o seu menino
e canções tanto orantes que alevanto.
Dos meus versos levantes, os de outrora,
sozinhos mas doridos e na míngua
por dar o peito e amor como penhora.
A mor parte do amor nunca demora,
surgente e posto Luz na Lusa Língua,
pelos versos na reza os comemora.