Duelo Alexandrino

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Se não me tem por tão perfeito agora, “bingo”!

Se sou da pena um ponto ralo, um simples pingo

É que mereço apreço infindo, sem desdém.

Sou valor por mim mesmo no que me contém.

Verdade ser singela minha pobre sina.

Não ser múltiplo, sei, agride, fere e crina,

crivando-me de balas o cristal da tela.

Mas sou par, isso basta, quando me revela.

Os dissabores, brigas tão mesquinhas, nossa!

Revelam luta nua, brava, triste glosa

Não dispensando um fim, que seja claro em si.

Se somos própria música, que seja ‘mi’.

Lindas árias sem fim... Canção feliz, meu céu!

Descortinem-se, sim, revelem-se sem véu.

Juazeiro do Norte-CE , 4 de setembro de 2007

11h51min