SONETO 10

Jovem é bela a donzela Gaivota

Presa na gaiola da vida tão Nervosa

Pobre são os sonhos dessa senda Ansiosa

Como uma flor que causa fascínio Briosa.

Jovem de beleza nem tanto, meu Chamego

Como tenho nesta m'alma Receio

Eu rapaz sem asas de prata e Feio

Debruçar-se nessa praia que é teu Seio.

Jovem de graça e glória tão Falada

Meiga gaivota de semblante Acanhada

No dançar loucuras de balanço Agitada

Jovem gaivota tu és a fera Calada.

Jovem que tem muita tristeza no Natal

Gosta de comer Ata com muito Sal

Mas o meu desejo poderia ser Mal

E por isso eu sou poeta Banal.

Jovem donzela de beleza dum Beijo

Com os dentes brancos que Meigo

Tudo no teu corpo nu é Enxerto

Tem muito de Brasil a ave de Jeito.

Gaivota de negridão na íris o Prisma

Gaivota com delicada curvas e Linha

Gaivota que eu quero chamar Querida.

No por da lua de sentir-te ó Gaivota

Como uma maçã e suculenta Gostosa

Feito o meu céu de fêmea Delicada.

Jovem perdida no alvorecer do meu Sol

Com carinhos que festeja o meu Luau

Contigo é meu profundo de ti Fatal.

Jovem com beleza e sim mística Mulher

Com querer de não apenas ti Querer?

Contigo as estações quero Rever.

Gaivota menina todo bom Caminho

Jovem ave de sonetos meu Abrigo?

Quer mesmo donzela casar Comigo?