Na noite
Vou pisando, serena, a noite breu
Ondulo os gestos, tateio o negrume
Dos ramos que se beijam, sinto ciúme
Desorientada busco algo meu.
Um ósculo, um gesto, um sorriso teu
Que não deixem afundar este lume
Numa cachoeira de dor e azedume
Os indícios de que ainda existe céu.
Com a luz das estrelas e da lua
Testemunhas sinceras deste cio.
Não vejo a hora de ser apenas tua.
Feliz, por pensar nisso, canto e rio
E nada há que esta paixão destrua
Sinto-me sol, ar, árvore, mar ...rio!
Lucibei@poems
Lúcia Ribeiro
In “Sonetando“
Modocromia, Edições