=SONETO do RECOMEÇAR III=
SONETO DO RECOMEÇAR
III
Por precisão me exercito na escrita,
Num desabafo sem anestesia,
Letra a letra, cada palavra excita,
Para compor o muro que subia...
Nem a dor do desabafo inevita
Que eu possa despir-me da fantasia,
De valorar rimas, como pepitas,
Em límpidas gotas de poesia...
Pretensioso? Talvez... Mas inteiro.
Vendo o ferro no fogo, sou ferreiro.
Crio chispas, clarões para o meu escuro!
Mesmo agora, durante este exercício,
Tateando, cumprindo meu ofício,
Malho o verso pra tê-lo no futuro!
(23. 03. 1998)
Ronaldo Trigueiros Lima
(Versos decassílabos)