A MINHA LÍNGUA DURA

Perdoem-me, poetas, a minha língua dura

Mas mentes são despertas somente onde há censura

Correntes são libertas só onde há escravatura

E se a vida é uma guerra, não se deve usar brandura

Que ser perceberia qual seu fio na tessitura?

E o seguiria trêmulo a despeito da conjectura?

Que ser se notaria sem ver a sua loucura?

Mas que sabem os cavalos sobre a ferradura?

Quem é que saberia sobre a verdade pura?

Quem não se enganaria durante a sua procura?

E quem aceitaria sem revolta a sua ruptura?

O que então faria ao saber que ela é obscura?

Que doutor se curaria, indicando a melhor cura?

Quem enfrentaria o perigo de tamanha aventura?

NoOnee
Enviado por NoOnee em 30/06/2018
Reeditado em 30/06/2018
Código do texto: T6377657
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