A ÓRFÃ
Perguntei à Deus, por quê sou tão Triste?
Por quê... Tanto sofre o meu coração?...
Uma solidão a vagar sozinha, persiste;
Amaldiçoada, perambula na contramão.
Deus, responda-me: - Sou acaso pagã?
Descrente da Vida, ou da triste Glória?...
Dê-me o paraíso, embora seja tua Órfã,
Cura-me as feridas, livra-me dessa escória.
Desse purgatório da minha mente,
Não sou filha concebida do Amor
Tampouco sei amar... Alma demente.
Sou injúria, inglória, duma fé ateia;
Expurga-me dos demônios carnívoros...
Tenha compaixão, meu espírito pranteia.