Lirismo

Já que o sofrimento,

não pode ser eliminado por decreto,

tomo um analgésico,

e com ar patético,

cabelos ao vento,

face obtusa,

a passo lento,

sigo em frente...

Se a dor ferir, grito...

Se a dor calar, minto!

O que for remediado,

remediado continue...

O que sem solução,

economia de ação e basta.

Crenças abstratas já não cortinam mais o medo da morte...

Para vencê-la, só passando por ela...

Melhor enfrentar essa fera!

Aberta a tramela e chega de drama...

Vem vida, saciai com seus últimos respingos, minha boca ressequida!

ANA MARIA GAZZANEO

DA SÉRIE: LIRISMO SEM RAZÃO

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 25/06/2018
Código do texto: T6373234
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