Lirismo
Já que o sofrimento,
não pode ser eliminado por decreto,
tomo um analgésico,
e com ar patético,
cabelos ao vento,
face obtusa,
a passo lento,
sigo em frente...
Se a dor ferir, grito...
Se a dor calar, minto!
O que for remediado,
remediado continue...
O que sem solução,
economia de ação e basta.
Crenças abstratas já não cortinam mais o medo da morte...
Para vencê-la, só passando por ela...
Melhor enfrentar essa fera!
Aberta a tramela e chega de drama...
Vem vida, saciai com seus últimos respingos, minha boca ressequida!
ANA MARIA GAZZANEO
DA SÉRIE: LIRISMO SEM RAZÃO