INJÚRIA DA ALMA
Ela mergulhou numa noite interminável
Sozinha na penumbra, nada reconduz.
Submundo enegrecido, desejo insaciável;
Onde a vida é apenas um fecho de luz.
O vento invernal tocava-lhe funesto.
Seu tempo que não condiz a tua época.
Presa nos grilhões dum inferno devasto;
Onde obras infernais, tua boca evocas.
Teu espírito clamando por libertação
Vertendo sobre teu corpo o gozo fértil;
Concebendo o consolo do teu coração.
Enquanto a aurora aproxima fenestra,
Teus olhos pérfidos se fecham pro céu
Envolto por injúrias duma alma idólatra.