Véu Rasgado
A maledicência do ópio na carne podre;
Desintegra a alma fúnebre desse nobre.
Qual sepulta entre rosas negras o teu amor,
Num jardim efêmero de angústia e terror.
O véu que cobria a tua face pálida. Mortiça.
As tuas gélidas mãos, a minha pele eriça...
Quiçá de penumbra a Morte sussurrou,
Nos meus ouvidos algo sórdido soletrou.
Chegastes a tua hora flor amargurada.
As tuas pétalas secas, sepulcrais caem...
Não chore, descanse, a tua alma exaurida.
Adormeço no vento frio do agouro,
Duma canção melancólica e sombria...
Emudeças-me a voz, voa triste corvo.