APENAS PALAVRAS

Se tão só sucessão de reles argumentos,

Sem qualquer realeza ou beleza em verdade,

São apenas palavras, efemeridade,

Que recheiam vazios sem quaisquer sentimentos.

Se somente um discurso, de dizeres desatentos

Um falar obtuso, sem pé, qualidade,

Se não houver conteúdo e a ostentar só vaidade,

São palavras tomadas pela força dos ventos.

Se apenas palavras rezadas por credo,

Por qualquer outro intento, tão só, simplesmente,

Um capricho teimoso da mente inocente...

Só palavras serão e da arte, arremedo...

Não dirão das riquezas, do engenho da mente...

De mil glórias vazias um discurso imprudente.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 20/06/2018
Reeditado em 20/06/2018
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