SONETO 1
Em mim um grande fogo e nós nesta chama um fim, meu Amor
Por ti que deveras sejas o apogeu dos desejos um bom Favor
Que assola todo o espírito as quimeras de angélico Calor
Sou teu prazer que por ti mesmo na cama o apogeu do Suor
Prazer delinqüente que mataria todo aflorar dos sonhos em Dolor
Porquanto, em ti sou incapaz de pecador ser se em ti sou Fiador
Pranto de desejo forte e valoroso impregna a certeza de Doador
Que em si mesmo me arrasta as delícias de teu corpo um Domador
Aflora flores do jardim carências de paixão fugaz ao pecar Humor
Sou teu assassino sou teu terrorista e me embriago no Rumor
Ó poesia que em nós finge sentimento simples ao reles Fulgor
Sou o amante que rasga tua roupa nas epopéias de tolo Rigor
Pois em te amar no flerte das trevas em si mesmo pobre Matador
Esse amor é minha ganância que deveras assente um Turpor
Aprisionado nas amarras e por amar ao inconfessável do Prior
No teu corpo de lírio do Marrocos sente no beijo teu suave Sabor
Essa é a graça a felicidade a alegria de soneto simples Rimador
Arfante quimeras de fluente rio das ganâncias do viril Flertor
Eu por ti que acode os segredos do imortal puro ó em ti Untor
Pois por teu amor eu me insurjo no flerte maldito de arte de Pintor
Sou tua obra-prima e me silênci-ei neste confesso e pobre ser Tutor
Ó donzela que amante encontra as primárias de algum Autor
Entrega o trabalho com sanguinolenta criação de pecar por Pavor
Sou o teu liberalismo sou tua insignificância sou teu sentir, Labor.