PAGO O PREÇO
Sinto coração doer, virar do avesso
em mudo encanto quedar-se, solitário.
Olhar brilhante no sorrir ao seu apreço
enternece a alma, seu abrigo e relicário.
Coragem e medo guiam cada passo dado
no esforço eloqüente de um mínimo acerto
entre a batuta do maestro e o público calado
enfrenta a orquestra o desafio do concerto.
Por desejos e vontades, pela vida enfim.
Paga-se o preço , tributo justo e merecido,
dualidade, equilíbrio do principio ao fim.
Ecoa , torna e retorna dos confins esquecido:
um grito lancinante, a dor de um querubim
num chamado eterno ao amor perdido.