Soneto etéreo do amor incorpóreo

Não sei, amor, dar-te quaisquer de mim

Coisas que não ato do Verbo em verso

Bailar metafísico no sem-fim

Etéreo, no imaterial cosmo, imerso.

Não hei de tangir-lhe o corpo e tecer

doce véu orgânico a dissolver

Sequer beijar-lhe o lábio imaculado

E inebriar-me alva do teu pecado.

Perenizar-me-ei a gozar da obra

incorpórea, que és chama crepitante.

Mas hauriu minh'alma o eterno, no instante

Que imergi n'infinito azul da tua alma

marítima: sou eu pra sempre tua

Serás deveras tu pra sempre minha.

Nicolle Ramponi
Enviado por Nicolle Ramponi em 15/06/2018
Reeditado em 16/03/2019
Código do texto: T6365342
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