IRREVERENTE
Sou poeta e sigo à risca minha sina
Não me vejo em condição de questionar...
Sob a pena a emoção de par em par
A verdade que me move determina.
Se eu pudesse escolheria outra morfina
Enveredava por desvio salutar
Ninguém sabe a pena imposta por amar
Quanta dor ao sofredor o amor destina.
Mesmo imposto a me ajeitar num pressuposto
Condição de ser poeta, eu sigo em frente...
Sem desgosto que aprendi a usar a lente...
Descrevendo esse rompante ou seu oposto,
Cada traço desvelado e bem assente
Possa ao menos revelar-me irreverente