Beleza
 
...E segue essas mãos, cujas sombras me alcançam;
esgueiram-se em dedos longos ao redor
como a insinuar que há algo pior
se eu não ceder como um séquito manso
 
Elas se dizem sacras, imunes, invencíveis
enunciando escuras vias que eu não siga
Querendo-me vesgo, por isso que avisa
ao vir nas paredes, pisos e desníveis.
 
Tão onipresentes, ficam persuasivas
como algo inerente a círculos críveis
pra que eu, displicente, dê a mão amiga
 
Confesso que quase cedo às investidas
esquecendo o quanto que são irascíveis
pois mesmo a beleza cobra e escraviza