SONETO DE UNS LÁBIOS DE ROMÃ
E morava aqui dentro um tempo tolo
na ousadia de ver um céu vivido,
não achava e doeu no amor traído,
acabando esta estrofe sem o colo.
Na tontura, auge pouco e combalido,
um trator triunfante mas sem solo,
que este amor sem saber onde enfim pô-lo
e deixou-o no finito nunca crido.
E nas sombras do medo tal manhã,
vem de ti no vermelho da romã,
Se o que quero vivente no calor,
no que brota dos lábios, desta flor,
como então poderei achar-te, amor?
Se a poesia sequer vê um amanhã!
E morava aqui dentro um tempo tolo
na ousadia de ver um céu vivido,
não achava e doeu no amor traído,
acabando esta estrofe sem o colo.
Na tontura, auge pouco e combalido,
um trator triunfante mas sem solo,
que este amor sem saber onde enfim pô-lo
e deixou-o no finito nunca crido.
E nas sombras do medo tal manhã,
vem de ti no vermelho da romã,
Se o que quero vivente no calor,
no que brota dos lábios, desta flor,
como então poderei achar-te, amor?
Se a poesia sequer vê um amanhã!