ESSE VENENO QUE SE CHAMA POESIA
Como quem vomita eu escrevo meus versos,
E não há remédio pros meus desalentos.
Devoro as flores com os olhos imersos
No espelho da alma, engulo o vento,
Há um fogo que arde nas minhas entranhas,
E a estrada onde eu vim eu deixei no passado,
Só trouxe comigo farinha e um fardo
Com os trapos que servem se o frio me apanha.
São apenas meus versos que dentro intumescem
Minha alma faminta de sonho e de fé,
Seguindo e sonhando fazendo minha prece
Eu piso a estrada sem rumo se quer.
De tudo minha alma se livra e esquece,
Mas cuspo a poesia que molha meu pé.
Serra, Espírito santo, 05/06/2018
Geraldo Altoé