FIEL AOS SONHOS

Num barco de papel lancei meus sonhos ao mar:

dia claro, brisa suave, nenhuma nuvem no céu.

Uma rajada de vento fez meu barco soçobrar

lá se foram meus sonhos, naufragados ao léu.

Num avião de papel, fiz os meus sonhos voarem

tarde linda, ventos brandos esperando as estrelas.

Mas um revés do vento fez meus sonhos caírem

um a um foram ao chão, tão rápido como pedras.

Cavei na terra um buraco e lá plantei meus sonhos

esperando que uma arvore ali nascesse frondosa.

Chorei sobre a esperança e o que restou foram escombros.

Escrevi meus sonhos todos numa folha de papel:

desenhei com todo amor numa prece fervorosa

e os lancei ao fogo, prometendo-lhes ser fiel.