PEDACINHOS
Destes muros, mares, mortos, ando farto...
Não encontro espelho algum que me reflita...
Rodo em círculo e a verdade que me habita
Permanece na agonia sem um parto...
Despedaço-me e atiro ao léu meus pedacinhos...
Tão sozinho me consumo e na desdita,
Contemplando a situação que assim maldita,
Não me oferta solução e outros caminhos...
Roda a mó e me desfaço ao redemoinho...
Pó desfeito, não me ajeito em outro corpo...
Táo só pó, em mesmo nó, meu verso à torto...
Nesta injúria, em sepultura, o meu conforto...
Triste aquele em que a tristeza fez seu ninho...
Amargará a imensa dor de ser sozinho...