VELHICE
Quando a ira do tempo se voltar
Contra toda vaidade e beleza
Vai restar sobretudo uma certeza
De que nada da vida vai restar
O espelho acusa uma certeza
De que nada parece mais estar
Como era, porém, resta aceitar
Os desígnios da nossa natureza
O semblante cansado desagrada
Vendo a face, outrora delicada
Pelas mãos da velhice destruída
São as últimas curvas da estrada
Não se sabe o destino da chegada
Só se tem o desgosto da partida