VELHICE

Quando a ira do tempo se voltar

Contra toda vaidade e beleza

Vai restar sobretudo uma certeza

De que nada da vida vai restar

O espelho acusa uma certeza

De que nada parece mais estar

Como era, porém, resta aceitar

Os desígnios da nossa natureza

O semblante cansado desagrada

Vendo a face, outrora delicada

Pelas mãos da velhice destruída

São as últimas curvas da estrada

Não se sabe o destino da chegada

Só se tem o desgosto da partida

Jailson Araújo
Enviado por Jailson Araújo em 01/06/2018
Reeditado em 01/06/2018
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