QUANDO INÊS SENTA AO PIANO
Inês senta ao piano, imóvel embala
Um respirar de paz e calmaria.
E após fere no arpejo, e enche a sala
De alados querubins com a melodia,
E assopram os dedos ágeis purpurinas
No doce pisotear das meigas mãos,
E as notas da canção, doutas, divinas...
Nas portas vêm bater dos corações...
E os deuses surgem ali, tudo enternecem,
E o encanto beija as faces comovidas.
E os dedos correm mais, as forças crescem,
E asperge em esguicho as notas coloridas
Na luz das fantasias, e empalidecem,
E acalmam, afrouxam, e cessam aplaudidas.