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Eu sei que tive uma vida deveras mundana!

Mas confesso nunca esperar pela brevidade,

E ainda desencarnar em um ato tão covarde.

E não poder mais viver pelo que sempre lutei.

A ferida ainda dói e eu tenho muita saudade,

E eu ouço o estampido quando chego perto.

Foi tudo muito rápido e estava muito escuro,

Logo me vi no deserto que eu mesmo criei.

Quanta irresponsabilidade mas eu não sabia,

Que partir não seria a minha morte e sim a vida!

Mas como um reflexo do que aí na terra semeie.

O tiro me trouxe a dor e também a eternidade,

Além do castigo de ter que olhar daqui de cima.

Minha maezinha sofrer tanto nesta infeliz cidade.

Uil

Elisérgio Nunes
Enviado por Elisérgio Nunes em 29/05/2018
Código do texto: T6349426
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