Temulento

Minha vida que sempre foi tão simplória,

Após conhecer o mal do amor nunca mais

Foi a mesma; e nas profundezas abismais

Da minh’alma, passei a viver de vã glória.

Iludido sob o julgo de forças descomunais,

Tornei-me preso da minha pobre memória,

Sem possibilidade de ver futuro de vitória,

Porque a vi plena de lembranças marginais.

Ah! Não me arrependo de um dia na vida

Ter ousado degustar do mais doce prêmio,

Apesar de que a vida dantes não era lívida.

Pancada por pancada, já que era abstêmio,

Sorvi aos goles o amor e fiquei em dívida,

Bêbedo, querendo mais, igual no proêmio.

Le Roy
Enviado por Le Roy em 28/05/2018
Reeditado em 28/05/2018
Código do texto: T6349099
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