SONETO DA PROCURA
Procuro-te em estrelas que reluzem
Por vezes, nos breus das noites vazias
Nas lágrimas quentes, mornas, ou frias
Busco-te nas intempéries que insistem.
Será que estais afugentando os vivos?
Fingindo ser fantasma atrás da porta
Quiçá de mim até já estejas morta
Pois que não vens nem de jeito furtivo...
Não vês que sem ti chega a insanidade;
Verso insondável, insônia, ansiedade?
Oh! Doce amiga por que me deixastes?
Em meu peito esse punhal enfiastes
Fiquei só soluço sem solução
Sem a Poesia em meu coração.
Madalena de Jesus