E SE EU FOSSE...

E se eu fosse esse vento de outono,

Soprando cinzas pela noite morta,*

Iria bater firme em tua porta,

Pra desadormecer teu lindo sono.

Não mais te deixaria em abandono

Nessa noite cruel, que te transporta

À névoa desse nada que não exorta

A ninguém... a viver total ressono!

Mas se eu fosse esse vento, na manhã,

Sopraria carinhoso, na maçã

Do teu rosto, com todo meu amor...

E, sem fazer mesmo nenhum alarde,

Sopraria teu rosto, também, à tarde,

Para te aliviar de todo calor!

*Verso de Mário Quintana.

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 18/05/2018
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