Sou homem, miserável, desamado,

Sou homem, miserável, desamado,

condenado a implorar por um olhar,

ao rastejar no solo enlameado,

da mulher que mais baixo me encontrar.

Mas tu, que és incapaz de maltratar,

me acolheste, gratuita, em teu abraço

sem sinalizar querer cobrar

humilhação, ou ouro, nem centavo.

Bem sei que há numerosas melindrosas,

mas tu jamais tocaste homem na mão!

És canduras de amor misteriosas...

Virgem, vales (e pagam!) um milhão!

Por que dás esperanças grandiosas

a quem só te oferece o coração?

8/5/2018

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 16/05/2018
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