MIRAGENS

Vê, Inês, essas aves tão juntinhas,

Uma à outra bica com carícia,

Tão felizes parecem na raminha.

E eu fico a observar essas delícias

Eu lembro-me de ti, vou me arrumar.

O turvo tudo encobre, em poucas horas

Arreio meu cavalo e estrada afora

Eu sigo ao rincão pra te encontrar.

E sempre ali nós dois, quais passarinhos,

Ficamos ao luar, juntos, sozinhos,

E quais aquelas aves somos nós.

Tu fazes-me carinho, dás-me um beijo,

Eu deito em teu colo; e não te vejo...

Inês, Inês, não deixes-me a sós.

Geraldo Altoé

Serra, Espírito Santo, 13/05/2018

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 13/05/2018
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