Nada mais sou ...

Que um barco navegante de instantes

guardando momentos amargos .

Não sou de lugar algum , antes

que dia envergue auroras nos lagos.

Lanço ancoras na noite dos amantes

nos meandros que desconheço ,

por cheiros inebriantes ,

além dos montes, esmoreço .

O fascínio me arrebata

quando o sol despe as vestes

e em loucuras a lua me reveste.

A deriva, sem rota ou semente ,

invadida pelo mar dos ardores , naufrago.

Bastaria um suspiro para sentir-me gente que sente.

31/09/07

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 01/09/2007
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