Nada mais sou ...
Que um barco navegante de instantes
guardando momentos amargos .
Não sou de lugar algum , antes
que dia envergue auroras nos lagos.
Lanço ancoras na noite dos amantes
nos meandros que desconheço ,
por cheiros inebriantes ,
além dos montes, esmoreço .
O fascínio me arrebata
quando o sol despe as vestes
e em loucuras a lua me reveste.
A deriva, sem rota ou semente ,
invadida pelo mar dos ardores , naufrago.
Bastaria um suspiro para sentir-me gente que sente.
31/09/07