ANSEIO DE CONSUMO [799]
ANSEIO DE CONSUMO
[799]
Querida minha, vê-se, com ventura,
é que o teu sótão não contém venenos;
vendes lhaneza, és de afagos plenos
e me sorris, vez que só és cordura.
Doces teus ares nunca são pequenos.
Teus gestuais são pandos de ternura.
E tens canções a quem o amor procura,
ante os teus olhos serem tão amenos.
Ah, o melhor que faz é quem avoa,
voa a sonhar seu bem, não ama à toa
e sói cantar as mutações do amor!...
Pois teu amor, querida, num resumo,
é meu maior anseio de consumo:
irei te amar, sem fim, no mais que for.
Fort., 07/05/2018.