Avesso
Eu me pergunto: e agora, o que fazer
com essa noite dentro do meu peito,
com esse desencanto quando deito
e encaro o lado avesso do meu ser.
E me interrogo sobre esse viver
a palmilhar caminho muito estreito,
sem nada ver adiante quando o espreito
e tendo, mesmo assim, que o percorrer.
E eu me pergunto – eu sempre me pergunto –
o que fazer, se a vida, em seu conjunto,
tornou-se inverno em plena primavera.
Eu não sei, não, o que fazer do inverno,
do frio que me queima enquanto hiberno
e o gume da saudade me esviscera.
Eu me pergunto: e agora, o que fazer
com essa noite dentro do meu peito,
com esse desencanto quando deito
e encaro o lado avesso do meu ser.
E me interrogo sobre esse viver
a palmilhar caminho muito estreito,
sem nada ver adiante quando o espreito
e tendo, mesmo assim, que o percorrer.
E eu me pergunto – eu sempre me pergunto –
o que fazer, se a vida, em seu conjunto,
tornou-se inverno em plena primavera.
Eu não sei, não, o que fazer do inverno,
do frio que me queima enquanto hiberno
e o gume da saudade me esviscera.