SONETO DO TRINCO DA PORTA

“À poetisa Isabel Bastos”

Não há bela manhã sem que haja um senão

Eu saí tertuliando para espairecer,

Dei por mim da casa as minhas chaves perder

E eis-me, agora, por aqui feita plantão.

Com sete olhos vigiando a minha porta,

Há que renovar por cautela a fechadura,

Será que vem o técnico ou não?… É uma tortura

E eu a ver a minha “tertúlia” ficar torta.

Nos contratempos não há musa que resista,

A paciência da alma sempre nos exorta,

Farei este soneto do “trinco da porta”

O que lá vai, lá vai, já estou com´alquimista.

As circunstâncias da vida são o que são

Por vezes o destino troca-nos o passo

Mas nunca abdicaremos do fiel Parnaso

Pois que, em cada caso, há sempre inspiração.

Meus versos fazem soneto, ou será que não?

Poetisa sentir-me-ei, em qualquer situação!

Frassino Machado

In AO CORRER DA PENA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 05/05/2018
Reeditado em 05/05/2018
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