SONETO DO TRINCO DA PORTA
“À poetisa Isabel Bastos”
Não há bela manhã sem que haja um senão
Eu saí tertuliando para espairecer,
Dei por mim da casa as minhas chaves perder
E eis-me, agora, por aqui feita plantão.
Com sete olhos vigiando a minha porta,
Há que renovar por cautela a fechadura,
Será que vem o técnico ou não?… É uma tortura
E eu a ver a minha “tertúlia” ficar torta.
Nos contratempos não há musa que resista,
A paciência da alma sempre nos exorta,
Farei este soneto do “trinco da porta”
O que lá vai, lá vai, já estou com´alquimista.
As circunstâncias da vida são o que são
Por vezes o destino troca-nos o passo
Mas nunca abdicaremos do fiel Parnaso
Pois que, em cada caso, há sempre inspiração.
Meus versos fazem soneto, ou será que não?
Poetisa sentir-me-ei, em qualquer situação!
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA