SONETO DO FUTURO
Nos mares do passado em que navego
afundo-me sem gritos nem lamúrias,
que a vida no presente fez-se espúria
se viva perderei-me em voos cegos!
E do hoje, no horizonte que renego,
desisto de viver e o mar em fúria
engole-me nas águas da luxúria,
afoga-me entre as ondas e eu me entrego
pois sei que lá no fundo do oceano,
no ardor que é redentor do horror humano,
habita o estranho monstro que procuro
que vibra em rituais pagãos, impuros,
nas águas cristalinas do futuro
dançando em mim o seu balé profano...!
Jacqueline K
3/5/2014