Duzentos anos

Há tempo! Que as horas não adormeçam...

Para ti terei vivos ainda duzentos anos!

Meu amor eu desvelo com os ventos.

Ignoro as folhas secas que miúdam.

A alquimia de nossos seres abrasivos,

Sinto gotejar na palma de minhas mãos.

Que eu ainda ache nos jardins teus botões!

Nas manhãs, amar-lhe, mais que por instintos...

Meu amor, o tempo é apenas grãos de areia;

Conte-os se podes! Mesmo assim, nada são.

Não se fadigue, abre em teu peito uma clareira.

Ponho em ti a aliança do que em mim é infindo.

Tão logo, não me pesam os tais duzentos...

Ateio-os a nós, como essência, unguento.

Jack Sousa

Pela fresta
Enviado por Pela fresta em 04/05/2018
Código do texto: T6327347
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