Duzentos anos
Há tempo! Que as horas não adormeçam...
Para ti terei vivos ainda duzentos anos!
Meu amor eu desvelo com os ventos.
Ignoro as folhas secas que miúdam.
A alquimia de nossos seres abrasivos,
Sinto gotejar na palma de minhas mãos.
Que eu ainda ache nos jardins teus botões!
Nas manhãs, amar-lhe, mais que por instintos...
Meu amor, o tempo é apenas grãos de areia;
Conte-os se podes! Mesmo assim, nada são.
Não se fadigue, abre em teu peito uma clareira.
Ponho em ti a aliança do que em mim é infindo.
Tão logo, não me pesam os tais duzentos...
Ateio-os a nós, como essência, unguento.
Jack Sousa