CORREDEIRA
Eu queria a euforia do meu tempo de menina
Desenhar em perspectiva o meu tênue alvorecer...
Chapinhar minha trajetória pela chuva que caía
Ao meio fio da lua nova distraída de “porquês”.
Eu queria a ilusão do meu tempo de criança!
Florescer a plena trança em verão primaveril
No inverno me cobrir só com manta da bonança...
Fazer festa de outono em cada folha que caiu.
Rever límpido horizonte pelos campos das paineiras
Desfiar a bola macia feita em tempos de algodão
Fiar rede de esperança com a infância alvissareira
Ter os olhos bem brilhantes dum ingênuo coração.
E depois descer correndo com a alegria costumeira...
Pela doce corredeira, sem do tempo ter noção.