ODE AO AMOR
Ah! se poetisa eu fosse na escrivaninha
comporia versos bem lavrados
para merecer as delícias da vinha
no aprazível jardim dos namorados.
Se poetisa eu fosse, seria este o momento
de ascender ao céu e de lá cantar
as glórias benfazejas do último intento
que, a custo, depois de tudo, te amar.
Não sou agora e nem amanhã enfim,
por isso vagarei pela vida afora assim,
no enleio que só o amor cura.
No bosque onde ora me refugio
pousou, no jasmim ao lado, um colibri fugidio.
Decerto, veio remir o desalento que perdura.
Autora: ZILMAR PIRES