ODE AO AMOR

Ah! se poetisa eu fosse na escrivaninha

comporia versos bem lavrados

para merecer as delícias da vinha

no aprazível jardim dos namorados.

Se poetisa eu fosse, seria este o momento

de ascender ao céu e de lá cantar

as glórias benfazejas do último intento

que, a custo, depois de tudo, te amar.

Não sou agora e nem amanhã enfim,

por isso vagarei pela vida afora assim,

no enleio que só o amor cura.

No bosque onde ora me refugio

pousou, no jasmim ao lado, um colibri fugidio.

Decerto, veio remir o desalento que perdura.

Autora: ZILMAR PIRES

Zilmar Pires
Enviado por Zilmar Pires em 28/04/2018
Reeditado em 13/06/2018
Código do texto: T6321590
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