O PARALELO DA PAZ
Seis décadas e meia já ultrapassadas
Em áspera litigância de raiva permanente,
Dois colossos, ali – dois povos frente a frente –
Puseram ponto final às vidas angustiadas.
Paralelo 38, duas fronteiras aziagas
De uma guerra demasiado efervescente,
Veio determinar de uma forma eloquente
Uma “era de paz” construída de mãos dadas.
Calaram-se desde há muito as armas e os gritos,
Cresceram as ameaças ao sul e ao norte
E outra guerra ficou naquele vale da morte,
Paralelo 38, a auto-estrada dos aflitos…
Mas hoje brilhou o sol, cantou a primavera
E um bailado de sonho sorriu nos corações,
Dando lugar a uma revoada d´ emoções
Que destruiu, num simples gesto, a vil quimera.
O Paralelo da Paz aí está – tornado balança –
Nas asas brancas duma pomba feita esperança!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA