Querer insano (alexandrino)
Tua boca é fonte onde quero beber
Teu olhar é o lago onde quero navegar
Teu corpo o relevo aonde quero trepar
Teu espírito o remanso onde quero morrer.
Somado todo este puro e insano querer
Correndo o risco de tamanha conta errar;
Partirei, então, desolada, sem desfrutar
Um desejo oculto que esperava viver.
E, vivendo vou, esperançada neste amor
Que às vezes me derruba, outras me completa
Porfiando, neutralizo este desamor.
O fazer poesia também me completa
Com ela consigo afastar a minha dor
Tarefa calma, de todas a mais dileta.
Lucibei@poems
Lúcia Ribeiro
In “Sonetando"
Modocromia Edições