Intertextualidade do soneto de Gregório de Matos
Soneto Caíba
Neste mundo é mais rico, o que mais cata:
Quem mais limpo se faz, é o que mais defeca:
Com sua língua ao nobre o pobre seca:
O velhaco maior sempre tem mamata.
Mostra o patife da nobreza a carta:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro peca;
Quem menos falar pode, mais seca:
Quem dinheiro tiver, pode ser Magnata.
A flor baixa se inculca por caíba;
Bengala hoje na mão, ontem plaina de peroba:
Mais isento se mostra, o que mais cuba.
Para a tropa do trapo vazio a riba,
E mais não digo, porque a Musa aboba
Em aba, eba, iba, oba, uba.