SONETO PELO FUNDO DE UMA AGULHA

Somos o somatório do que orgulha,
do que nos faz presentes, alma capta,
envolvida em meandros e sempre apta
a falar sobre nós rumo a esta agulha.

O ganho da nossa era não se adapta
ao que nos vale a pena, pois mergulha
em tais forças contrárias e se entulha,
mas buscando salvar-se, ela se rapta.

Graças a Deus que nem todos pedidos
enviados aos céus são permitidos,
pois seríamos muito descontentes.

Inventário dos dias que perdidos
somam-se aos muitos, tantos esquecidos...
Passarás pela agulha, isto tu sentes?