A COMPAIXÃO
Quando sofro ao ver teu mundo desabar,
por que dizes – Não quero tua piedade!?
Pois se na dor coloco-me em teu lugar,
por que não a chamas solidariedade?
Por que meu gesto ser-te-ia humilhante,
se de mim mesmo tenho tido compaixão?
Por que, se a ti me faço mais semelhante,
o orgulho endurece teu coração?
Não há humilhação a quem tem humildade,
a quem é simples e puro de coração,
nem a quem inspirou-te talvez piedade.
Discerne o sentir de cada emoção,
pois um dia, vítima da adversidade,
talvez eu precise de tua compaixão.
Cláudio Luiz Sá Brito Machado
Em 22 de abril de 2018