Soturno
Meu Céu não é Azul, está enegrecido
Nuvens densas, chorando Tempestade,
Inverno incessantemente, absorvido.
Dum eclipse raro, meu Sol entristecido.
Ouvi o brado forte da voz dum Anjo;
Senti por dentro estremecer, chorei.
Lágrimas abrandaram em desarranjo,
Submersa pela imensidão que Eu criei.
Não há Lua... Estrelas, só amargo Ópio.
Dia parecendo noite, a Noite sendo Dia,
O incensário dum fogo Soturno do ócio.
Sou Terra sem vida, sou luz sem brilho;
Um brio ofuscado na face da Hipocrisia
Lamúrias da morte, foi meu empecilho.