ODE OUTONAL
Há um sol que desce morno num compasso diferente...
Como caem as folhas secas ancoradas pelo chão
Tênue é a luminescência no horizonte quiescente
Da estação acostumada na mais calma transição.
Passarinhos se esbarram no ocaso umedecido
Pela chuva que passou qual um carinho maternal
E desenham um passaredo pelo céu arrefecido
Pronta a noite se prepara para o sono outonal.
De mãos dadas ao silêncio a poesia já boceja
Dentre ecos dos motores perdidos na confusão
Da cidade que não dorme nem nos veios dos latejos
Da dor mansa que sacode as bulhas do coração.
Folha desce pós a última ilusão de corpo inteiro...
E se oxida em ode plena no calor duma emoção.