DUAS METADES

Alquebrado está o coração no peito,

Sofrido de amor, ficou todo esboroado.

Havia belo castelo, agora desmoronado

E um jardim todo florido, hoje desfeito.

Se ao amor quisermos somar a razão,

Perdemos o tino e vamos aos extremos:

Chegamos ao cume da loucura e sofremos,

Ou ficamos rés a estupidez sem solução.

O amor: duas metades de encaixes perfeitos,

Quando unidas, não há nada que possa separar;

Ficam tão ligadas nem vento pode passar.

Ficam tão homogêneas e desfazem defeitos.

O amor verdadeiro é como leite com café,

Ou como um casal de cisnes ele é.